Nos anos 80 e 90, se manter atualizado no universo dos videogames não era tarefa muito fácil. Sem internet e com poucas opções para acompanhar lançamentos, o caminho mais seguro para os gamers eram a banca de jornal. As revistas de videogame não só traziam reviews e dicas, mas também, muitas vezes, criavam mitos e geravam decepções.
A Única Fonte de Informação
Naquela época, as revistas de videogame eram vistas como a principal – senão a única – fonte confiável de notÃcias e análises. Sem o alcance das redes sociais e vÃdeos de gameplay, os jogadores dependiam do que estava impresso. E, uma vez que algo era publicado, raramente era questionado.
Mitos e Verdades
Um dos episódios mais famosos foi o caso de Sheng Long em Street Fighter II. Uma matéria publicada pela EGM em 1992 dizia que, ao vencer 11 personagens sem levar dano e empatar 9 vezes com o chefão M. Bison, você desbloquearia uma luta com o mestre de Ryu e Ken. Anos depois, a piada foi revelada como uma brincadeira de 1º de abril, mas não antes de criar uma onda de tentativas frustradas entre os fãs.
Outro mito memorável foi a suposta possibilidade de jogar com Simon Belmont em Teenage Mutant Ninja Turtles II. O truque para habilitar o personagem era quase impossÃvel de realizar, e a frustração dos leitores foi grande, já que a informação também vinha de uma revista.
Análises Duvidosas
Na falta de vÃdeos de gameplay, as crianças e adolescentes se baseavam exclusivamente nas análises das revistas para decidir suas compras. Exemplos como Top Gun para NES, que recebeu cinco estrelas em várias revistas, enganando muitos jogadores que esperavam uma experiência digna de um jogo épico, apenas para descobrir que o jogo era uma decepção.
Sistema de Rankings
As revistas de jogos antigas no Brasil, como Super Game, GamePower e Ação Games, desempenharam um papel fundamental na formação da cultura gamer durante as décadas de 1990 e 2000. Essas publicações eram um dos principais meios de informação sobre jogos, trazendo análises, dicas, cheats e reportagens sobre o mercado.
Os rankings nessas revistas muitas vezes eram feitos com base em uma combinação de análises dos redatores e a opinião dos leitores. Os jogos eram classificados por categorias, como gráficos, jogabilidade, e inovação. A pontuação variava, mas muitas vezes utilizava um sistema de notas de 0 a 5.
Nostalgia e Legado
Hoje em dia, com o fácil acesso a reviews, vÃdeos e análises profundas, é difÃcil imaginar depender exclusivamente de publicações impressas para escolher um jogo. No entanto, essas revistas continuam a ter um charme especial para aqueles que viveram essa época. Elas eram mais do que uma simples fonte de informação – eram o ponto de encontro da comunidade gamer.
Apesar das informações limitadas e das brincadeiras que acabavam criando mitos, as revistas de videogame desempenharam um papel fundamental na formação da cultura gamer. Elas são, até hoje, um sÃmbolo de nostalgia e inovação em uma época onde a curiosidade e a imaginação eram alimentadas pela expectativa do que estava por vir.


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